Cemave e GR2 Nordeste promovem palestra virtual
No início do mês de setembro, o Cemave e a Gerência Regional 2 Nordeste promoveram uma aula/palestra com o professor doutor Helder Araujo (UFPB/Campus de Areia) com o tema Um Modelo de paisagens agrícolas sustentáveis na Caatinga utilizando a abordagem NEXUS. A atividade busca cumprir a Ação 1.2 do PAN Aves da Caatinga: Divulgar, nos eventos consolidados sobre a caatinga, a temática do modelo NEXUS – segurança hídrica, energética e alimentar. A palestra foi transmitida pela plataforma Google Meet e teve transmissão ao vivo pelo Stream, sendo vista em 13 cidades de 5 estados e no Distrito Federal. Ainda, pode ser assistida no canal do Cemave no YouTube.
Na palestra, o professor Helder Araujo versou sobre os experimentos práticos que indicam caminhos para encontrarmos um equilíbrio entre a conservação do ecossistema, no caso da Caatinga, e a manutenção de bens e serviços associados à agropecuária, dos quais as sociedades precisam para prosperar. Mostrou também o quanto é fundamental a abordagem NEXUS para o desenvolvimento sustentável de longo prazo de qualquer região. Entretanto, esse equilíbrio pode variar dentro das paisagens e condições de cada região.
Foram demonstrados resultados que suportam a hipótese de que paisagens com complexidade estrutural intermediária (ou seja, aquelas que combinam vegetação natural e ecossistemas transformados pelo homem) são as mais eficientes para produzir água no solo, energia de biomassa e alimento para as populações locais da Caatinga, a maior região semiárida da América do Sul. O trabalho usou a abordagem.
Nexus para avaliar simultaneamente os conflitos e sinergias entre a produção desses três serviços ecossistêmicos (água, energia e alimento) e a estrutura da paisagem.
Além disso, descobriu-se que se aumentar a porcentagem de terras naturais na paisagem aumenta também a produção de energia de biomassa, água e alimentos. No entanto, a produção de água estabilizou quando as terras naturais ocuparam mais de 80% da paisagem, e a produção de alimentos diminuiu quando as terras naturais ocuparam mais de 50% da paisagem.
O aumento da porcentagem de terras agrícolas na paisagem aumentou a produção de todos os três serviços ecossistêmicos, mas a produção de energia de biomassa e a manutenção de água no solo diminuíram quando as terras agrícolas atingiram 20% e 35% da paisagem, respectivamente. Finalmente, a produção de todos os três serviços ecossistêmicos diminuiu quando a porcentagem de terras degradadas (ou seja, terras que perderam a maior parte de sua produtividade natural devido a processos causados pelo homem) na paisagem aumentou, mas a produção de alimentos diminuiu mais rapidamente do que a produção de energia e água.
Conclui-se então que para alcançar segurança na manutenção de água no solo, energia e alimentos a longo prazo, as paisagens agrícolas em terras áridas tropicais requerem mais conservação (incluindo a restauração de áreas degradadas), mais diversificação das práticas agrícolas e uma melhor integração de iniciativas individuais em uma escala espacial maior.
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Fonte: ICMBio em Foco – nº 574
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